17 de mai. de 2008

CRONICAS 9

Uma coisa na vida de um garoto é inegável. É indiscutível. A grandiosa fase da masturbação. Não adianta negar, todos os meninos passam por isso. Nem que seja só uma vez. Uma única vez, ao menos. Afinal de contas, esse membro estranho que carregamos entre as pernas balançando de um lado para o outro deve servir pra outras coisas além de mijar. Era isso. Todos queriam saber os mistérios que se escondiam ali, dentro da cueca. E quando descobríamos, queríamos saber se realmente era bom. Saber se ter um troço desses valia realmente a pena.
Pronto. Estava feito. O menino chega em casa da escola depois de ter visto uma aula sobre sexualidade. Joga a mochila no sofá. Tira rapidamente os sapatos e as meias. Corre pro banheiro dizendo a mãe que está apertado. Tira a camisa e a bermuda. Arreia a cueca de frente para o espelho e olha. Olha para o espelho. Olha para baixo. Olha para o espelho mais uma vez. Era isso. Estava na hora de descobrir as maravilhas ainda não descobertas por ele. E ele começa. Imagina várias cenas calientes com professoras boazudas e mulheres que ele viu em filmes. Imagina cenas de sexo que ele assistiu ao brechar pela porta do quarto do irmão. Tudo para ele vira chama. E o incendeia. Maldição. Acabou. Primeira vez, inexperiência. Não agüentaria fazer aquilo seguidamente. Agora só tinha duas escolhas: deixar aquilo para lá e esperar o tempo imposto pela sociedade para voltar a utilizar seu membro para fins sexuais, ou, iria explorar cada vez mais aquele órgão fascinante.
Eu me decidi. Gostava de desafios. Tinha por volta dos 13 anos e estava louco para sentir aquela experiência novamente. Era ótimo. Só uma coisa poderia ser melhor que aquilo. Sexo propriamente dito. Bem, isso iria demorar um pouco para acontecer. E eu não iria agüentar ficar sem fazer nada durante esse tempo. Me masturbava pelo menos três vezes na semana. Isso durou quase que um mês, até que me decidi. Não tinha imaginação suficiente para continuar com isso até o dia em que experimentaria o verdadeiro sexo. As cenas fortes que me viam a cabeça já estavam sem graça. As professoras sapecas já não me agradavam mais. Precisava de algo vivo. Ou quase isso. Revistas. Era disso que eu precisava. Decidi então comprar uma. Uma pequena. Só para começar.
Ao voltar um dia da escola, resolvi parar numa banca de revistas.
- Espera. – eu pensei – Não posso entrar assim. Tenho que bolar um plano.
Estava feito. Iria ser curto e grosso. Não permitiria que o fiteiro soubesse que essa seria a primeira vez que ia comprar uma revista pornô. Ele pensaria o que? Que eu era um punheteiro inexperiente. Ora bolas. Não deixaria isso acontecer jamais.
- Ei, Moço! – eu falei rispidamente – Me veja aí uma Playboy. E das boas, hein?!
- É pra já. – disse o bom homem.
Ele colocou sobre a revista sobre a bancada. Minha nossa. Que fabulosa foto. Não sabia nem quem era a mulher da capa. Mas, puta merda. Que mulher.
Maldição. Tive uma ereção só olhando a capa da revista. Fiquei nervoso. Minhas mãos começaram a tremer. Eu suava. Não! Não podia vacilar. Tinha continuar firme como eu havia começado.
- To-to-tot-tome a...aqui o dinheiro, moço. – maldita gagueira a minha.
Vacilei. Tinha que concertar a merda. Puxei uma nota de cinco Reais do meu bolso e disse:
- Aqui! E quero o troco, HEIN?! – eu sempre fui um grande ator.
- HAHAHAHAHAHAHAHA – o vendedor riu. – Ta pensando o que, muleque? Isso né revistinha em quadrinhos não. Custa mais do que cinco reais, porra. É Dezinho essa aqui. É uma edição especial, porra.
Maldito. Fui pego pela minha ignorância em conhecimentos de artigos pornográficos. Tinha que pensar numa saída.
- Então guarda essa merda aí que amanhã eu venho comprar! – eu esbravejei.
Eu era um cara durão.
Fui para casa. Estava tremendo. Suando frio. Milhões de pensamentos sem fundamento passaram pela minha cabeça.
- E se o cara da banca conhecer meus pais? E se meu pai tiver me visto na banquinha? Será que alguém me viu? Será que vai passar na televisão?
Eu estava desnorteado. Esbofeteei meu rosto. Precisava me concentrar. O como eu iria arrumar dez Reais até o dia seguinte era a questão mais importante. Pronto. Lembrei de algo fabuloso. Meu irmão juntava dinheiro numa caixinha enfadada embaixo de sua cama. Deveria ter dez reais ali. Ou melhor, cinco reais. Já que eu tinha cinco já.
Ao chegar em casa, percebi algo maravilhoso. Eu estava só. Meus pais estavam trabalhando e tinha um bilhete em cima da mesa avisando que meu irmão chegaria tarde. Tudo estava caminhando perfeitamente. Fui até o quarto do meu irmão.
- Puta merda. – eu pensei – o maldito tem dinheiro demais aqui. Não sentirá falta de quinze Reais.
Quinze Reais. Claro. Não podia perder essa oportunidade. Compraria duas revistas. Assim, iria demorar mais para eu enjoar de uma revista. Era só ficar variando. Pronto. Estava com a grana. Agora era só curtir o resto do dia e ir dormir.
O dia seguinte finalmente havia chegado. Malditas aulas que não terminavam nunca. Pronto. O sinal tocou. Era hora de ir atrás das revistinhas. Estava saindo da escola quase correndo quando eu ouvi alguém me chamando. Me virei. Era Danilo.
- Tou com pressa, Danilo. Tenho que ir logo. – eu disse.
- Oxi, po. Vais aonde? – ele me perguntou.
Danilo era um cara legal. E tinha cara de punheteiro. Resolvi abrir o jogo e contar o que ia fazer.
- Vou comprar uma maldita revista pornô, cara. – eu disse.
- MEEEEEU IRMÃO! Eu vou contigo. Pelo amor de Deus. Deixa eu ir contigo.
- Simbora. Mas, seja discreto.
Seguimos até a banca de revistas do dia anterior. Ele estava lá. O vendedor. Me reconheceu, o sacana. Ótimo. Resolvi ir direto ao ponto.
- Hei, man. – falar em inglês passava segurança. – Quer aquela edição especial da Playboy.
- Trouxe a grana? – O maldito perguntou.
- Ta aqui. Aproveita e me arruma mais alguma outra revista apelona.
Ele as colocou em cima da bancada. A Playboy Edição Especial trazia na capa uma belíssima garota com seios fartos e um corpo violão. A outra revista picante também era uma Playboy. A Playboy da Tiazinha. Puta merda. Que mulher. Já estava puxando o dinheiro do meu bolso para efetivar minhas compras, quando algo medonho aconteceu.
- EITA! EITA! EITA! QUE REVISTAS DO CARALHO! PORRA! TU VAI ME EMPRESTAR, NÉ?! DIZ QUE VAI. POR FAVOR?
Ao ver o vendedor guardando as revistas e dizendo que não vendia revistas para garotinhos, eu me decidi. Daria um tiro na cabeça de Danilo.
- Seu merda. Que parte do “seja discreto” você não entendeu? – eu o perguntei.
- Porra, cara. Foi mal. Eu agüentei o máximo que pude po. Tava quase me masturbando lá. Nunca vi uma coisa como aque...!
Senti minha mão rachar com o tremendo soco que eu dei na cara de Danilo. Provavelmente pegou de mau jeito. Tudo bem. Mesmo com a dor terrível que eu estava sentindo. Me senti quase que realizado com o murro. Danilo saiu chorando em direção de sua casa. Seu supercílio estava cortado. Droga. Minha mão doía muito.
Ao chegar em casa, joguei minha mochila no sofá e corri pro banheiro. Precisava bater uma pra desestressar.
- ARGHT!- eu gritei.
Maldição. Minha mão estava inchadona. Não conseguia nem me masturbar. Droga.
Chamei minha mãe. Fomos no Hospital de fraturas. O médico pediu uma radiografia. Ao ver o resultado, ele disse:
- Bom...você passará 30 dias com o braço imobilizado.
Trinta dias. Trinta dias sem uma maldita bronha. Estava decidido. Precisava virar ambidestro.
O médico terminou de imobilizar meu braço.Nos dirigimos à porta. Minha mãe saiu primeiro. Quando estava passando pela porta, o maldito me puxou. Apontou para o meu braço engessado e disse:
- Cara. Que punhetinha demoníaca essa que tu bateu, hein?
Era um maldito médico metido a engraçadinho.

5 comentários:

A burguesia fede! disse...

meu deus.. nunca mais toco na sua mao...

por isso q vivia com o braço imobilizado, e a velha historia.. eh q eu cai...

Adriano05 disse...

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Maria Maciota...Sapecão...

Anônimo disse...

muito bom!heheehe

sorte que os nomes sao ficticios, pq senao eu iria conhecer o tal danilo!heheheh

muito bom todo o blog!

vou ficar entrando!

Adriano05 disse...

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOpaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa


esse é o bom e velho duplo sentido do nerd "entrando" em "ação"...


=DDD

Caio Sales disse...

kkkkkkkkkkkkkkk!
muito bacana. só no cinco contra um, o safado!
hehe