7 de mai. de 2008

CRONICAS 6

Estava na 2ª série do Ensino Fundamental, quando eu me apaixonei. Ela era linda. Belos olhos, cabelos castanhos não passando do maxilar, belo sorriso, pele branca e lindas sardinhas no nariz. Ela era linda. Mas, por alguma razão, eu era o único que era apaixonado por ela. Os outros meninos da sala, gostavam de uma menina baixinha, com um cabelão e pés e mãos de bebê. Bonitinha, mas nada demais.
Eu e “minha” garota estávamos cada vez mais próximos. Todo trabalho passado pela professora, nós fazíamos juntos. Quando um chegava atrasado, o outro guardava o lugar ao lado. Era ótimo. Nós nos tornamos bons amigos. Chegava então o dia. Era primeiro de Junho quando eu bolei o grande plano: dar um presente para ela no dia dos namorados e pedir ela em namoro. Estava tudo caminhando perfeitamente. Ia dar pra ela um lindo ursinho de pelúcia. Queria dar um perfume, mas minha mãe disse que era muito sério pra idade dela. O dia desejado chega.
Era 12 de Junho, Segunda-feira. Chovia muito, o que me fez chegar atrasado. Pronto. Estava ali, em frente à sala. Era hora da minha entrada triunfal. Eu ia chegar dizendo algo como “aceite essa prova do meu amor por você nesse dia especial” ou “i love you”. Não sabia direito. Tudo bem, na hora eu bolaria algo espontâneo. Fui logo abrindo a porta e dizendo:
- L.....!!!!
Todos me olhavam. Maldição. Minha professora olhou o presente em minhas mãos e disse:
- É um presente pra Mari também?
Mari é a menina das mãos e pés pequenos. Olhei para ela e logo percebi sua banca cheia de presentes. Todos os outros meninos tinham dado presentes para ela.
Olhei para minha menina. Decidi ir até ela mesmo assim.
- Droga! – eu pensei.
Meu corpo não me obedecia. Eu suava e meu rosto provavelmente estava ruborizado. Foi aí que aconteceu algo estranho. Meu corpo começou a se mexer sozinho em direção a Mari.
- Droga! – pensei novamente.
Não conseguia tirar os olhos do meu amor.
Quando dei por mim, estava colado com a banca da menina sensação dos meninos. Meus olhos ainda estavam olhando para a garota que conquistou meu coração. O que diabos estava acontecendo?! Queria sair dali e caminhar na direção do meu sonho. Foi aí que pensei em algo meio obvio, resolvi me declarar de onde eu estava mesmo.
- ...
Droga. Minha boca também está fora de controle. Não sabia mais o que fazer. Foi aí que ocorreu algo que por pouco não me deixa louco.
- Brigada... – disse Mari ao pegar o ursinho de minhas mãos sem nem olhar em meus olhos.
- Maldita – eu pensei.
Meu corpo voltou a me obedecer. Fiquei totalmente decepcionado. Abaixei a cabeça e caminhei em direção a minha cadeira. A cadeira que Luiza guardou pra mim. Bem ao seu lado. Como sempre fazíamos caso algum de nós dois se atrasasse. Fiquei totalmente decepcionado comigo.

5 comentários:

A burguesia fede! disse...

uhshuasuhashu
n sabia dessa historia n..
sahuhusuha
e sem essa de que é fictício.......
no way

André Valença disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
André Valença disse...

Não é à toa que tu gostasse. Nas tuas crônicas ainda há mais fatalidades que os meus contos e crônicas. Massa!
Como descobrisse o blog? Faz tempo?

André Valença disse...

Ahh! Nem sabia que Salomão lia meu blog. Deve ter sido Bia que pediu para ele ler.

Adriano05 disse...

Me lembrou o Charlie Brown...
Não o Jr...o do Snoopy...Sempre atrás da garota ruivinha...mas aí Charles Schulz morreu e ninguem mais pode escrever historinhas dos peanuts, aí acabou que Charlie Brown nunca ficou com a garota... ¬¬"